Amôrt apetece-me chorar de tanta saudade
Escrevo para afastar a ausência.
Toda a minha escrita nasce e morre aqui e em ti como um rio para o mar.
O teu corpo não está nesta cama deitado com um sorriso de sonho e um convite maroto para me deitar ao teu lado.
Na verdade o teu corpo não está em nenhum lado. Está a quilómetros de distância.
E no entanto, tenho o teu cheiro a cobrir-me a pele vermelha de tanta keimadura.
Poderia dizer muita mais coisa mas o silencio tem que ser dado na hora certa.
Finalmente reúni coragem para as pronunciar são horas de partires e levares contigo pedaços de mim e da minha escrita.
Fico sempre à espera. À espera que a ponta dos meus dedos falem mais alto que eu. Que os meus braços te agarrem com a força suficiente para tu entenderes que só tu és o que és, porque ÈS. Vivo com algum medo de te perder neste sonho, sim.
O abandono vive-nos nos olhos e não nos lábios. É por isso que te dou os lábios numa fome devoradora e afasto o olhar para sussurrar palavras de carinho.
Perco-me em ti sempre que te tenho perto. Sempre que penso que me devia manter mais longe, mais fora do alcance da dor, tu aparexes e tudo fica com um sentido só.
Amôrt é uma faca cravada no coração. Que dói mas nos alimenta.
Tenho as tuas palavras a sangrarem-me dos olhos: "Não Há Tempo pra nós".
Eu também não queria ir para lugar nenhum onde tu não estivesses. Mas estou aqui... longe. E no entanto, aqui perto.
By Xamã