Chucho Valdés, um dos melhores pianistas de jazz do mundo, no FMM Sines 2009
2009.03.20. A “big band” do pianista cubano Chucho Valdés, um dos nomes fundamentais do jazz latino, é a segunda confirmação oficial do programa do Festival Músicas do Mundo de Sines 2009. Apresenta-se no Castelo de Sines no dia 23 de Julho.
Filho de Bebo Valdés, um dos mais destacados pianistas e compositores cubanos do século XX, Chucho não é menos importante na história da música cubana das últimas décadas, com mais de 50 discos gravados e cinco Grammys conquistados, entre 14 nomeações.
Nascido em Quivicán, província de Havana, em 1941, Chucho começou a tocar piano de ouvido aos 3 anos de idade e formou o seu primeiro trio de jazz aos 15 anos.
Gravou o seu primeiro disco, “Chucho Valdés y su Combo”, em 1963, e sete anos mais tarde, em 1970, foi considerado um dos cinco melhores pianistas de jazz do mundo, juntamente com Bill Evans, Oscar Peterson, Herbie Hancock e Chick Corea.
Em 1973, fundou o grupo mítico do jazz cubano, Irakere, sendo seu pianista, compositor, arranjador e director até aos dias de hoje.
Contando na sua formação inicial com músicos do calibre de Arturo Sandoval e Paquito d’Rivera, Irakere foi o primeiro grupo cubano a ganhar um Grammy, em 1980, e foi no seu seio que Chucho Valdés consolidou a sua carreira nos melhores palcos de todo o mundo.
Em 1996, integrado numa banda chamada Crisol, que formou com o trompetista Roy Hargrove, ganhou, com o disco “Habana”, o seu segundo Grammy.
Num outro agrupamento, o quarteto que formou em 1998, gravou quatro discos para a Blue Note (“Bele Bele en La Habana”, “Briyumba Palo Congo”, “Live at the Village Vangard” e “New Conceptions”), todos eles nomeados para Grammys e dois deles vitoriosos.
O quinto Grammy foi obtido em 2002 com o disco “Canciones Inéditas”, álbum a solo com obras da sua autoria gravado para a editora Egrem.
Detentor das principais distinções culturais concedidas pelo seu país, incluindo a máxima, a Medalha Felix Varela, Chucho Valdés tem as chaves das cidades de Ponce (Porto Rico), Los Angeles, San Francisco, Nova Orleães e Madison, nos EUA, e, numa cerimónia realizada em Los Angeles, junto a Tito Puente, Eddie Palmieri e Lalo Shiffrin, foi inscrito no “Hall of Fame” do Jazz Latino.
No concerto de Sines será acompanhado pela voz de Mayra Valdés, o baixo de Lázaro Alarcón, a bateria de Juan Carlos Castro Rojas, a percussão de Yaroldi Abreu, o sax alto de German Velazco , o sax tenor de Carlos Manuel Miyares Hernandez e os trompetes de Alexander Abreu e Maikel Gonzalez.
Depois de Lee “Scratch” Perry (Jamaica), Chucho Valdés Big Band (Cuba) é o segundo nome oficialmente confirmado da programação do Festival Músicas do Mundo 2009.
Realizado todos os meses de Julho, em vários espaços da cidade e do concelho de Sines, o FMM é o maior evento nacional no seu género, tendo já acolhido um total de 164 projectos musicais, vistos por mais de 325 mil espectadores, ao longo de dez anos.
Mais informação: http://www.myspace.com/chuchovaldes
Lenda do reggae Lee “Scratch” Perry
no FMM 2009
2009.03.09. O jamaicano Lee “Scratch” Perry, um dos mais importantes criadores da história do reggae, actua no Festival Músicas do Mundo (FMM) de Sines no dia 25 de Julho de 2009, no Castelo.
Incluído na lista dos 100 maiores artistas de todos os tempos publicada pela revista Rolling Stone em 2004, o contributo do seu trabalho como produtor, autor e intérprete de canções para o desenvolvimento e popularidade do reggae em todo o mundo não tem comparação com qualquer outra figura viva da música jamaicana.
© Drew Goren - subwaysleeper.com
Produtor de nomes míticos como Bob Marley & The Wailers, Max Romeo e The Clash, Lee “Scratch” Perry é considerado um dos primeiros “produtores-artistas” da edição musical moderna, ocupando nesta qualidade um lugar na história da música popular ao nível de pioneiros como George Martin, Phil Spector e Brian Wilson.
Determinante no nascimento do ritmo lento que ajudou a conferir autonomia estilística ao reggae em relação ao pulsar mais rápido do seu género ascendente, o ska, as experiências de Perry na mesa de mistura são também hoje consideradas consensualmente como fundamentais para que tomasse forma outra criação de génio da música da Jamaica, o “dub”.
Autor de dezenas de discos desde o final dos anos 50, merecem menção especial entre a sua discografia os álbuns históricos dos anos 70, como “Super Ape” (1976) e “Roast Fish, Collie Weed, and Cornbread” (1978), e a compilação “Arkology” (1997), através da qual muitos dos ouvintes da nova geração tomaram conhecimento do seu legado.
“Jamaican E.T.”, vencedor do Grammy para melhor álbum de reggae em 2003, e “Repentance”, nomeado para o mesmo prémio em 2009, são dois dos grandes triunfos da sua produção em disco na última década e a prova de que, mesmo com 73 anos completos quando se apresentar em Sines, a sua vitalidade criativa permanece intocada.
Depois de Black Uhuru com Sly & Robbie, em 2001, e The Skatalites, em 2003, Lee “Scratch” Perry é o quarto nome da história viva do reggae a pisar os palcos de Sines desde a criação do Festival Músicas do Mundo em 1999.
http://www.fmm.com.pt/