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moleirinho

Elastik
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Everything posted by moleirinho

  1. uma realidade para muitos casais... que tedio! Sexta-feira à noite Sexta-feira à noite Os homens acariciam o clitóris das esposas Com dedos molhados de saliva. O mesmo gesto com que todos os dias Contam dinheiro, papéis, documentos E folheiam nas revistas A vida dos seus ídolos. Sexta-feira à noite Os homens penetram suas esposas Com tédio e pénis. O mesmo tédio com que todos os dias Enfiam o carro na garagem O dedo no nariz E metem a mão no bolso Para coçar o saco. Sexta-feira à noite Os homens ressonam de borco Enquanto as mulheres no escuro Encaram seu destino E sonham com o príncipe encantado. Marina Colasanti
  2. Agora marchava um charro :stoned: ... mas não posso... porque não tenho.... porque estou a trabalhar.. porque o parvo do medico disse para não fumar :toosad:
  3. Faça de sua mente um reino, não uma jaula! Deixe que os seus pensamentos sejam livres como os pássaros voando, não os censure, nem se maldiga se eles não afinarem com a opinião da maioria! MaxWell Maltz
  4. Now Feeling: SAUDADES DO FIM DE SEMANA.... malditas segundas-feiras! Saudade, é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue
  5. EU SEI, MAS NÃO DEVIA Marina Colasanti Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se acostuma a morar em apartamento de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E porque à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão. A gente se acostuma a acordar de manhã, sobressaltado porque está na hora. A tomar café correndo porque está atrasado. A ler jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíches porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia. A gente se acostuma a abrir a janela e a ler sobre a guerra. E aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E aceitando as negociações de paz, aceitar ler todo dia de guerra, dos números da longa duração. A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que paga. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagará mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com o que pagar nas filas em que se cobra. A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes, a abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema, a engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos. A gente se acostuma à poluição. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às besteiras das músicas, às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À luta. À lenta morte dos rios. E se acostuma a não ouvir passarinhos, a não colher frutas do pé, a não ter sequer uma planta. A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente só molha os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer, a gente vai dormir cedo e ainda satisfeito porque tem sono atrasado. A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se da faca e da baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, de tanto acostumar, se perde de si mesma.
  6. Senhor morador, Gostaríamos de informar que o contrato de aluguer que acordamos há bilhões de anos atrás, está vencendo. Precisamos renová-lo, porém temos que acertar alguns pontos fundamentais: Precisa pagar a conta de energia. Está muito alta! Como gasta tanto? Antes eu fornecia água em abundância, hoje não disponho mais desta quantidade. Precisamos renegociar o uso. Porque alguns na casa comem o suficiente e outros estão morrendo de fome, se o quintal é tão grande? Se cuidar bem da terra vai ter alimento para todos! Cortou as árvores que dão sombra, ar e equilíbrio. O sol está muito quente e o calor aumentou. Precisa replantar novamente! Todos os bichos e as plantas do imenso jardim devem ser cuidados e preservados. Procurei alguns animais, e não os encontrei. Sei que quando aluguei a casa eles existiam... Precisam verificar que cores estranhas estão no céu! Não vejo o azul! Por falar em lixo, que sujeira hein ??? Encontrei objetos estranhos pelo caminho! pneus, plásticos... Não vi os peixes que moram nos rios e lagos. Pescaram todos? Onde estão? Bom, é hora de conversarmos. Preciso saber se ainda quer morar aqui. Caso afirmativo, o que você pode fazer para cumprir o contrato? Gostaria de você sempre comigo, mas tudo tem um limite. Pode mudar? Aguardo respostas e atitudes. Sua casa - "A Terra"...
  7. Amigo Mal nos conhecemos Inaugurámos a palavra «amigo». «Amigo» é um sorriso De boca em boca, Um olhar bem limpo, Uma casa, mesmo modesta, que se oferece, Um coração pronto a pulsar Na nossa mão! «Amigo» (recordam-se, vocês aí, Escrupulosos detritos?) «Amigo» é o contrário de inimigo! «Amigo» é o erro corrigido, Não o erro perseguido, explorado, É a verdade partilhada, praticada. «Amigo» é a solidão derrotada! «Amigo» é uma grande tarefa, Um trabalho sem fim, Um espaço útil, um tempo fértil, «Amigo» vai ser, é já uma grande festa! Alexandre O’Neill, in No Reino da Dinamarc
  8. "Quem começa a entender o amor, a explicá-lo, a quantificá-lo, já não esta amando" Roberto Freire