A paixão é viciante. Para quem não acredita, um estudo de uma equipa de cientistas norte-americanos revela que o químico responsável pela dependência de drogas – a dopamina – desempenha um papel importante no jogo do amor.
Investigadores da Universidade da Florida decidiram confirmar as suspeitas e elegeram como sujeito dos seus estudos os cães da pradaria. Isto porque, apesar de diferentes, são conhecidos por manterem relações monogâmicas e por se apaixonarem de uma forma muito semelhante ao que acontece com os seres humanos. É que, depois de um primeiro encontro, macho e fêmea juntam-se e – a partir dessa altura – para além do desinteresse por terceiros, o macho chega mesmo a revelar alguma agressão para com os restantes elementos do sexo oposto. Isto porque, segundo os cientistas, é libertada dopamina no cérebro dos animais, o que os torna ‘dependentes’ das companheiras.
Brandon Aragona, que dirigiu o trabalho publicado na revista científica ‘Nature Neuroscience’, injectou dopamina no cérebro de machos que ainda não tinham companheira e, de imediato, estes perderam qualquer interesse pelas outras fêmeas e passaram todo o tempo com a escolhida.
O estudo vai ainda mais longe e faz uma comparação entre os animais e os humanos. Isto porque a parte do cérebro activada pelo químico nos cães da pradaria está também presente no Homem. “As coisas são sempre mais complicadas nos seres humanos, porque temos cérebros maiores e sujeitos a pressões diferentes, mas os mecanismos básicos são os mesmos”, referiu Aragona.
OUTROS ESTUDOS SOBRE O AMOR
VALIDADE
Um estudo realizado pela Universidade de Pavia, em Itália, descobriu que a paixão resulta da presença de uma molécula e tem prazo de validade: dura menos de um ano.
CORAÇÃO
Dizem os cientistas que morrer por amor pode ser realidade. As situações de tensão emocional libertam hormonas do stresse, responsáveis por espasmos cardíacos.
PARCEIROS
As pessoas com profissões criativas, como actores, pintores ou escritores, têm mais parceiros sexuais ao longo da vida. Pelo menos é o que diz um inquérito britânico.
Carla Marina Mendes
retirado do correio da manha dia 6/12/2005