a Historia do botão.
Porque os botões são parte existencial da nossa vida, não é Scott? Botões de flor, botões perdidos do casaco perdido, fio de botões, botões das calças - por vezes da camisa!- botões do comando remoto inexistente da nossa vida (só e apenas no filme Click), no estranho e excêntrico comando do Nuno Markl. Botões da máquina de lavar, do rádio, do mp3, do iPod, e de milhares de coisas mais.
Agora que penso nisto, a minha vida resumia-se, quando era criança, a um botão: o nº2 do comando da tv. Dava acesso ao Cartoon Network e era lá que ficava. (É tão estranho a quantidade de palavras que já desenrolei acerca de botões!).
Os heterónimos, Scott, secalhar, até poderiam ser botões. Fernando Pessoa tinha três botões de tamanhos diferentes, cores diferentes e texturas diferentes. Concentrou-se em dar especial significado aqueles três botões e a ele mesmo, que seria a agulha master. Sim, porque haver botões sem agulhas e linhas ou fios ou borracha ou ... não tem nada que se lhe diga. Aliás, penso mesmo que, os botões só têm mais crediblidade porque os pormenores que os escondem são tão - ou mais- intressantes que os próprios botões. E para não mencionar que são a parte crucial dos botões. Um botão de flor não existe sem haver uma raiz por de trás e um caul e folhas, etc. Um botão de casaco precisa de um determinado tipo de linha que o fixe naquele mesmo sítio. Os heterónimos não existiam se Fernando Pessoa não existisse também. Ora, a beleza das coisas reside mesmo aqui, neste espaço minúsculo que as pessoas tentam evitar: o por trás das coisas. Os pormenores que constroem cada umas das coisas que são mais evidentes aos nosso olhos. Os pormenores que constroem a nossa vida e que nos fazem felizes. A felicidade reside nos pormenores, não é Scott? Acho que sim. (Facto nº2: é ainda mais estranho agora ler a quantidade de palavras que já desenrolei acerca de botões!).
Anita Cat Latte-_-retirado dum site pra pesquisa