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M&Ms

Elastiko
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Everything posted by M&Ms

  1. Evidentemente!!! Mas não é assinando a petição que mudará o que penso de mim próprio... A ideia é saber que sou co-responsável de uma determinada situação para poder conscientemente mudar algo que sinta estar errado nas minha opções. O que frecuentemente acontece em muitos casos é desresponsabilizar-mo-nos concentrando a responsabilidade em alguém e como tal perpetuar uma condição de pseudo-consciência que só serve para nos auto-condescendermos. Penso que hipocrisia está intimamente ligada à auto-condescendência.
  2. Mas curiosamente os animais são responsáveis pela morte de uma insignificante percentagem de pessoas, ao contrário os seres humanos são responsáveis pela morte da maioria das espacies incluindo a sua. É evidente que não trocaria a vida de alguém que amo por 10 cães ou 500 vacas, mas isso é devido aos laços afectivos que estão envolvidos, mas a tua sugestão é também um pouco macabra. Tenho mais envolvimento emocional com seres humanos como é habitual, mais do que com animais mas não me parece que se possam pôr as coisas nesses termos, até porque há muitas pessoas que têm uma vida mais próxima ao mundo animal do que o humano e essas pessoas não podem ser consideradas de inumanas, só por se preocuparem mais por isso.
  3. Já fiz dois, um com 16 e outro com 19. Levar: saco cama escova dos dentes 10 caixas de preservativos! Não levar: Namorado/a
  4. Devias ter mais respeito pelo rapaz, todos sabemos que o Google não tem bracinhos...
  5. Bom acho que agora fui eu que me expliquei mal, sorry Eu não mataria prepositadamente um animal para satisfazer as minhas necessidades intelectuais, mas não hesitaria em matar se disso dependesse a minha sobrevivência. O que pretendo dizer é que não há diferença desde o ponto de vista do valor que se dá a ambos os exemplos. Ambos são usados e abusados para suprimir necessidades humanas, as do artista são certamente reprováveis moralmente, as dos matadouros são aceites com socialmente e pseudo-moralmente, mas na sua essência têm o mesmo valor. Se na epoca das cavernas era normal matar para sobreviver hoje tal é suprimido pelas industrias alimentares, a necessidade mantêm-se a expressão dessa necessidade sofisticou-se. É disso que se trata aqui, somos animais sofisticados mas na mesma animais, estamos-nos a cagar para o próximo e ainda mais para os animais, queremos é aquilo que nos interessa para suprimir as nossas necessidades imediatas, sejam elas digestivas ou intelectuais. Ou seja a nivel de evolução crescemos em técnica e quase nada em consciência. O facto de a comida do cão estar presente e a comida do cão ser também ela explorada pela industria e estar acessível em forma de texto é também irónico relativamente à nossa evolução técnica em deterimento da evolução consciente, é tudo uma ironia mordaz, sarcástica e cruel, e o tipo é uma besta, claro que é! Apesar disto tudo, ou seja depois de todas as considerações morais que isto implica e todos os naturais sentimentos de reprovação que esta obra implica, pode-se também querer ou não pensar sobre tal, é uma decisão que cada um pode tomar. Eu decidi pensar sobre isso, outros não, nenhuma das duas é melhor que a outra e são ambas em simultaneo considerávelmente mais nobres do que a indiferença. Então ficaste???
  6. Tens sempre coisas tão giras nos teus posts Cookie, que desenhos tão fôfos!!!
  7. Sim concordo por isso mesmo coloquei a informação do joseph Beuys, esse sim o "verdadeiro artista". Mas continuo a achar que se podem separar as águas, se alguma pessoa ao sentir repulsa sobre este acontecimento se sentir motivada para entrevir localmente já é positivo, e isso não faz do artista um génio nem obriga ninguém a reajustar os seus parametros relativamente à arte. Eu sei que sou dificil de perceber, acredita todos os dias faço um grande esforço para parecer normal!
  8. Concordo Acho que os seres humanos necessitam de muitas coisas para viver (sobreviver), a alimentação, o sexo e o pensamento estão todas ligadas à necessidade de prazer. Pensar é também uma necessidade, não vejo grande diferença em usar um animal para o comer ou para o usar como catalizador de um carreira (partindo do principio que o gajo não é um tarado que tem um canil e mata cães por prazer). Em ambos os casos o animal tem um valor utilitário, meramente funcional em beneficio da mesma coisa, necessidade humana, seja ela de alimentação ou de afirmação intectual, a diferença é que uma é aceite e a outra é macabra, mas vendo bem as coisas são iguaisinhas, são é aceites socialmente de forma diferente já que desde o tempo das cavernas o sangue significa sobrevivência, a arte é ainda extigmatizada como sendo um luxo aó ao alcance de alguns. Não me parece que a minha opinião difere muito da vossa, tenho é usado a morte do cão para pensar um bocado noutros aspectos para além da obvia crueldade do artistica. Mas podem perguntar então se acho que foi uma crueldade porque é que valorizo nas minhas palavras mais os outros aspectos, bom, porque a brutalidade do artista é obvia, e eu gosto de coisas difíceis.
  9. Sim não tenho duvidas que o gajo não deve ser muito boa onda, mas não ache que o faço um mau artista, um génio não é de certeza!!! Acho que poderá haver também diferentes conceitos do que é arte, tal como disse o psicónauta atraz esta (a de que o que é arte) é uma das discussões mais antigas da humanidade.
  10. Acho que é um daqueles pastores evangélicos brasileiros...
  11. Grande Xamã Joseph Beuys!!! Joseph Beuys Pintor alemão, professor e activista político, Joseph Beuys nasceu a 12 de Maio de 1921, em Krefeld. Passou a infância na Baixa Renânia e estudou no liceu de Cléves. Em 1940, foi mobilizado e tornou-se piloto. No inverno de 1943, o seu avião despenhou-se próximo da frente russa e uma tribo tártara salvou-lhe a vida, cobrindo-o com feltro para o manter vivo. Mais tarde (1945-1946) é feito prisioneiro em Inglaterra. Entre 1947 e 1952, frequentou a academia Belas-Artes de Düsseldorf e depois inscreveu-se no curso de escultura de Joseph Enseling e de Ewald Mataré. Nesta altura, Joseph Beuys já mostrava grande interesse por temas ligados à religião e mitologia e pelos escritos antroposóficos de Rudolf Steiner. Para Beuys, a arte devia participar nas várias dimensões da vida colectiva e assumir um forte cunho interventivo, constituindo um meio privilegiado para lutar por algumas causas sociais e políticas, como a Guerra do Vietname. As primeiras obras que realizou foram desenvolvidas no âmbito do movimento Fluxus (fundado por Maciunas em 1961) e consistiam em happenings e performances públicas, as quais designava por acções. As performances que realizou em público assumiam características de rituais míticos. Durante a acção "Como explicar pintura a uma lebre morta", apresentada em 1965, o artista senta-se com um cadáver de uma lebre ao colo e na performance "Coiote: eu gosto da América e a América gosta de mim" (1974), Beuys encerra-se numa galeria de arte nova iorquina, durante alguns dias, com um coiote selvagem. Quase todos os seus trabalhos têm uma forte dimensão metafísica e os materiais ganham conotações metafóricas e espirituais. O objecto "Fato de feltro", realizado em 70, utiliza o feltro, um dos materiais mais emblemáticos da sua obra (memória dos difíceis momentos da guerra), como símbolo de calor, de segurança e de abrigo. Beuys desenvolveu uma significativa acção pedagógica enquanto professor de escultura na Academia de Belas-Artes de Düsseldorf entre 1961 e 1972, ano em que foi impedido de leccionar pela sua ligação política a acções radicais. Foi, no entanto, readmitido seis anos mais tarde. Em 1979, o museu Guggenheim de Nova Iorque realizou uma importante retrospectiva da sua obra. Joseph Beuys morreu a 23 de Janeiro de 1986, em Düsseldorf . In: Joseph Beuys. In Infopédia.Porto Editora. Este grande artista é que sabia bem de quantas tabus é feita a morte!
  12. Esta é uma discusão dificil... É verdade que - não tanto a nível da ética mas mais em relação a valores morais de respeito pela vida - isto é tudo absurdo, mas a parte que retiro tem algo que depois de visto e revisto faz sentido exactamente pela máxima de menos e menos dá mais, ou seja, não somos realmente muito mais evoluidos do que os animais. Se falamos de questões de valores morais da vida e da morte então mais razão me dás de que qual a diferença entre uma vaca num matadouro e um cão esfomeado numa galeria de arte com comida mesmo ao lado? A Vaca ninguém a pode salvar o cão ninguém se deu ao trabalho de salvar, o valor em questões de moral é exactamente o mesmo, ambos são "animais" que não valem nada. Um vai servir para me encher a barriga o outro para encher a cabeça de alguém (a ver vamos). Ambos são usados para beneficio de alguém, sem opção de escolha, sem a valorização e dignificação das suas vidas por parte dos beneficiários. A questão aqui é que desta vez essa desvalorização foi levada ao extremo absoluto ao ponto de ser exposto para "confirmação oficial" numa galeria. É importante lembrar que este cão não tem diferença nenhuma com centenas de cães que vemos amarrados a toda a hora e em todo o lado e outros encurralados em varandas dias e dias seguidos, trata-se do valor e dignidade que se dá ou não aos animais. Não estou a desvalorizar a falta de valores morais por parte do artista mas sim a dizer que ele dá-nos o reflexo daquilo que é a realidade. Aí dizes mas para quê se já sabemos a realidade? O facto de "sabermos a realidade" nada tem a ver com "experimentarmos" a realidade, e neste caso mesmo a confrontação com a realidade não alterou o destino do animal. E daí? Sim, ao fim do dia o cão morreu, valeu a pena? Se os meios justificam os fins? Uma rapida pesquisa pela net dá para ver que centenas e centenas de pessoas se revoltaram contra as opções do artista, mexeu portanto com os valores e sentimentos de milhares e milhares de pessoas. A resposta é não sei se valeu a pena ou não, ninguém sabe, também não sabemos se serviu de algo o J. Cristo ter morrido na cruz para limpar os nossos pecados ou se milhões de judeus estarão a salvo de outro holocausto. Não sabemos... No fim do dia e contas feitas morreu um cão numa galeria de arte e uns quantos maltratados nas ruas, e mais umas centenas de milhares de vacas foram mortas em matadouros, nada de novo... Se o valor e dignidade colectiva que damos a estes animais é igual qual a razão de tanto choque? Só porque foi feito numa galeria de arte? Se o cão tivesse morrido na rua teria morrido com mais dignidade? Por aquilo que pesquisei ninguém se lembrou sequer de retirar uns biscoitos do titulo da obra para que o pobre cão comece algo... Talvez o titulo da obra reflita a realidade das pessoas que a leram ao vivo. Todas estas confrontações culturais são do ambito da arte, é siscutivel o metodo não é discutivel o facto de ser arte (para mim) Não sabemos qual é a resposta positiva por parte de todos os que souberam desta exposição e se sentem revoltados, simplesmente não sabemos. Talvez até sirva para que muita gente use essa revolta e se organize no terreno para melhorar as condições dos cães na america latina...porque não?! Se foi desnecessário ou não não sei, quero acreditar que sirva para algo. (não para ser repetido o acontecmento) A morte e a violência acontecem a toda a hora e de muitas maneiras suportam o nosso estilo de vida tecnológico, não é por essa razão que vamos mandar o PC e o telemovel para o lixo, mas sabemos que assim é, ora se sabemos que assim é e continuamos a consumir tecnologia why bother? Vivêmos numa aldeia global mas temos muita dificuldade em actuar localmente. Se as pessoas retiram algo de positivo de uma acontecimento negativo não as faz eticamente ou moralmente distorcidos, pelo contrário e não me parece que haja muita gente que aceite esta obra de animo leve. Positivo é sentir, pensar e fazer diferente no meu ponto de vista. Resgatar o cão da rua seria um acto de mesericórdia e compaixão, sentimentos mais perto dos valores humanos morais do que com capacidades artísticas. Penso que a forma como os seres humanos evoluiem em termos de cultura e civilização são muito paradigmáticos, muita coisa reconhecidamente errada serve em muitos casos para endireitar o caminho, basta olharmos por um instante para nós próprios que facilmente vemos a incoerência e incongruência que faz a nossa vida, no fundo depende muito da nossa capacidade de acção. Também não sabemos se a morte é fixe ou não, o unico que sabemos dela é que parece demorar muito tempo já que nunca ninguém volta de lá... O prazer é todo nosso!
  13. A Tuatara apresenta:
  14. Sim também me parece que foi cancelada... Porque é que será?
  15. Comigo é pá veia pá!
  16. Ya a rapariga é mesmo feia pá!!! Um horror...
  17. Eu vou-me lembrar do cão de certeza, do artista nem sei o nome mas irei-me lembrar desta obra de arte radical porque me mexeu em vários aspectos, e é para mim arte porque foi um acto pensado para ter um determinado impacto por mais brutal que seja. O artista promove-se pela controversia da sua obra é certo mas isso não a invalida. Mais uma vez é preciso separar as coisas o homem pode ser simultaneamente um génio artistico mas como pessoa pode ser uma merda. (não digo que seja este o caso). A sério parece-me mais produtivo, coerente e se calhar mais directa esta acção do que aqueles que vão a manifestações contra as touradas mas gostam de usar produtos de couro e todas as semanas vão ao Macdonalds. Mesmo que o meio seja muito controverso, discutivel e violento. Mas a nossa história está repleta de sangue, no mundo ocidental é que é complicado aceitar a morte e a violência, já que esta só acontece no 3º mundo ou em bairros degradados, e claro no telejornal. A comida estava ao alcance de todos..."és o que lês"... não podia ser mais directo. Isso fez-me lembra uma outra obra de arte que foi muito controversa à uns tempos que consistia numa vaca congelada cortada ao meio no sentido longitodinal!!!
  18. Está a dar agora, vi os primeiros 2 minutos e caguei...
  19. Estás a misturar várias coisas no mesmo saco André: O facto do cão ter morrido e sobretudo sofrido impressiona-me, entristesse-me e revolta-me. Isto não invalida que me questione para além dos meus sentimentos pessoais e que a minha cabeça indague em relação aos porquês, quems, ondes e quandos actuais na nossa sociedade. O que consigo retirar de positivo é exactamente a possibilidade de retirar conclusões para além dos sentimentos que isso me provoca. Este e outros tipos de pensamentos não faz ninguém ser mais ou menos preocupado mas sim talvez um pouco mais abrangente em relação a uma determinada questão. Porque é que esta morte é mais macabra e baixa do que a de uma vaca num matadouro? Uma é explorada por uma industria alimentar e a outra artística, a unica diferença é que o artista retirou o animal de um ambiente de rua para um ambiente "civilizado", e a ironia está precisamente aí, quase como um documentário ao vivo para ser experienciado em directo e obrigar a um confronto. Todos nós fazemos as nossas acções de solidariedade todos os dias nem que seja o de ajudar um ceguinho a atravesar a rua, isso não está em causa. Não estou a chamar irresponsáveis a ninguém mas sim a consciencializar-me de que que sou co-responsável nesta realidade. Isso para mim é positivo. Só o facto de me imaginar nessa exposição e intervir quando ninguém o fez já é educativo. A pena de morte é algo suportado pelas leis dos países que a praticam e é praticado "civilizadamente" num quarto escuro bem longe da vista, neste caso a ironia é equivalente a de um tribunal aberto aos participantes e entidades envolvidas na exposição e o resultado da sentença estava em aberto, e foi decidida/consentida por todos. Penso que todos poderão pensar nestas coisas um pouco para além dos sentimentos de repulsa que nos assaltam. Na nossa história sempre houve martires por decisão própria mas também por azares acidentais, o que fica não são os nomes nem as datas (ou não deveriam) mas sim as elações que cada um tira para si próprio para que possa actuar de uma forma melhor no futuro. O holocausto como falaste matou muita gente porque nada se fez durante muito tempo, ou seja foi até grande medida consentido, mas é uma das questões da história mais documentada e lembrada exactamente para que de futuro se actue de forma diferente. Mais tarde respondo ao resto, tenho de ir. É sempre um prazer "partir a cabecinha" contigo!
  20. As portas abrem ás 23h00 e não ás 22h30 como está escrito no titulo do tópico!
  21. Flaei com o homem do Cajado aka Peregrino recentemente, e por aquilo que sabe parece que o rapaz apanhou uma broncopneumonia. Alguém Confirma???
  22. Esses momentos não acontecem muitas vezes, e nunca acontecem por si próprios mas atravez da interação com outros. Talvez o conceito e medo da morte que temos no ocidente seja o pânico disso mesmo, ou seja de ficarmos realmente sós.
  23. Pois Cookie estou só a tentar descrever algumas sensações. Já sei que não são populares mas são reais para mim e fazem sentido, mas tenho de as desenvolver para conseguir transmiti-las de forma a que se entendam. @ Divine: Espero que nao estejas a dizer que não vais assinar a petição para ser coerente com a tua atitude de discriminação para com os outros animais não-humanos Não assino a petição porque não concordo com bodes expiatórios da nossa hipocrisia colectiva. Se todos nós somos conscientes de que milhões de vacas Porcos e Ratos são explorados, presos, acorrentados, torturados e mortos simplesmente para satisfazer as nossas necessidades porque é que nos choca tanto um cão morrer à fome? Todos sabemos que todos os dias morrem muitos cães à fome, que muitos são abatidos diáriamente para não espalharem doenças, já para não falar de seres Humanos. A pergunta é porque é que este cão que nem sabemos se alguma vez teve nome nos faz sentir estas coisas todas? Isto é aquilo que o artista te pergunta a ti. Podemos discordar dos métodos e temos todo o direito de o achar um monstro mas a pergunta mantem-se. :what:
  24. mas desde quando é que isto é uma expressão artistica, isto é um acto macabro executado por um mentecapto, e mais mentecapto ainda é quem crê q isto é arte, e quem permitiu este corno levar a cabo um crime como estes. foda-se isto é assim tão dificil de entender. não vale a pena filosofar àcerca disto. Independente das nossa ideia sobre um determinado tema parece-me a mim que há sempre muito campo para filosofar, seja sobre o tema que fôr. Penso que este acontecimento tem muitíssimo interesse, é um bom exemplo do sinal dos tempos e de como a arte pode pôr as pessoas a pensar e discutir sobre temas complexos e importantes. Apesar de ser uma vida que acabou (e todas as vidas são sagradas) é também uma obra de arte porque foi pensada para criar rupturas e permitir o debate sobre o tema da nossa acção VS a nossa incapacidade de actuar e por consequência com a nossa (sempre bem camuflada e civilizada) hipocrisia. Não me parece que um mentecapto seja alguém que tente saber algo mais sobre uma coisa que pode ter muitas leituras e que sobretudo se dê ao trabalho de pensar um pouco mais demoradamente sobre as implicações civilizacionais e espirituais dos nossos tempos. Isto que pode ser visto desde vários prismas e pode realmente levar a variadíssimas conclusões. Uma das questões principais da arte é a de confrontar as pessoas com questões incómodas e sobretudo actuais. Como já disse é uma crueldade sim, disso não tenho a mínima duvida, mas não posso deixar de tentar ver um pouco mais fundo e aprender algo com isso. A arte é isso mesmo, nada tem a ver com copiar a realidade de uma forma meramente descriptiva mas sim exestêncial. O que mais me parece interessante é ver as opiniões das pessoas, há sempre na nossa sociedade uma necessidade natural de desculpabilização própria atravez de outra pessoa, neste caso atravez do artista, independentemente se o acto em si é barbaro ou não. Ou seja todos nós nos reconfortamos um pouco por saber que alguém teve a ousadia de fazer tal atrocidade, e como tal toca a chamar o mentecapto de animal ( ) de assassino, de mosntro e todas aquelas coisas que "temos a certeza" de que não somos. É um selvagem que devia ser castigado punido e "guardado" para que o meu conforto civilizado possa respirar tranquilo... A realidade é que isto somente incomóda por se tornar publico obrigando as pessoas a sentir e como tal experienciar directamente para que não haja um "olhar para o outro lado". Expôr publicamente uma vida abandonada e miserável (apesar de sagrada) pela qual nada nem ninguém pode ou quer fazer nada é mais artistico do que qualquer Rembrant porque ao contrário do que possas pensar a arte é para abanar as estructuras de uma sociedade estagnada e adormecida. Volto a repetir que estas questões podem ser vistas de várias formas e logicamente todas elas são válidas, nenhuma se sobrepôe à outra mas é possível perder uns segundos e tentar perceber algo mais sobre nós próprios atravez deste acontecimento para além de que somos todos seres humanos civilizados e que nos preocupamos com os animais!!! As coisas só nos incomodam quando temos de levar com elas, se estiverem longe da vista estarão longe do coração e como tal passam-nos ao lado. O Cão é também o melhor amigo do homem, como tal as emoções são ainda mais fortes já que no mundo "civilizado" 1 em cada 4 pssoas tem um em casa. Ou seja este artista conseguiu entrar directamente nas emoções de 1/4 da população com um resultado, incomodar as emoções bem establecidas e previsíveis que todos temos e necessitamos para dormir em paz à noite. Ninguém gosta de ser confrontado com o facto de que afinal só gostamos dos animais que temos ou que conhecemos porque têm uma valor sentimental para nós. Aquele cão só teve direito á atenção por parte de milhares de pessoas porque por acaso foi o que foi apanhado da rua para a exposição. Ou seja encontrámos razões para gostar daquele cão por pena e não por direito devido a ter sido exposto e não porque já era miserável... Não defendo os metodos do artista mas na verdade provoca rupturas e que mexe com coisas muito primárias da nossa existência isso mexe, especialmente com a nossa "aversão civilizada" de que que miséria, pobreza, injustiça e abandono podem concerteza existir neste planeta, desde que não seja à minha frente!!! Get real???