Uma opinião muito curta sobre o assunto:
Quando comecei a ir a festas (1998) existiam apenas 3 ou 4 produtoras de festas de trance psicadélico. A GoodMood, a Hipnose, a Quest e a New Life Form (embora não tenha a certeza desta última).
Tinhas 2 ou 3 festas por mês, e às vezes nem isso. Existia mais qualidade e cuidado na produção das mesmas. Isso é inegável. Menos gente implicava um conhecimento mais próximo das pessoas. Tinhas a impressão de estar a partilhar algo de único e mágico com aquela "meia-dúzia" de "freaks". O ambiente era mais saudável. Viam-se mais sorrisos. Havia mais partilha. Não havia roubos nem desatinos. E durante muito tempo assim foi.
Parece um contra-senso, existe hoje mais público e consequentemente mais dinheiro para investir. Mas por outro lado, com a quantidade maior de eventos, o público acaba por se "espalhar" mais, o que é um risco para quem produz as festas. Nunca se tem a certeza que o público vai optar pela festa que se produz. O que leva a menos investimento e menos qualidade.
Creio que o grande volte-face na situação ocorreu em 2000. Com o Boom a ser capa da Visão, e aquilo que era até aí uma espécie de celebração "underground", passou a ser notícia na comunicação social. Não digo que foi este o único motivo, mas que ajudou, lá isso...
Os consumos diversificaram-se e o próprio som também se foi alterando, atraíndo gente de outros quadrantes. Muitas das pessoas começaram a ir a festas só para se "empreitar", ou com outros propósitos menos dignos.
Isto não é conversa de "cota" saudosista, é apenas a opinião de alguem que foi "mal habituado" pela GoodMood e pela Hipnose (malandros ). Não vou deixar de ir a festas, apenas me tornei mais selectivo.